Parque do Caracol comemora 50 anos

Natureza do local é relevante para os corredores ecológicos

Redação NBE

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10/08/2023
Parque do Caracol comemora 50 anos Gabriel R. Vallim

5 min de leitura

O Parque do Caracol, em Canela tornou-se o principal cartão-postal da cidade e foi um dos grandes responsáveis por fazer da Serra Gaúcha um dos principais destinos do Brasil. Em agosto de 2023 completa meio século com a marca de 350 mil visitantes por ano.

A área de preservação ambiental e reúne cachoeiras, trilhas, mirantes e a vista mais privilegiada para a famosa e imponente Cascata do Caracol, uma queda d’água de 131 metros equivalente a um prédio de 40 andares. São 25 hectares de Área de Preservação Permanente (APP) e um bioma diversificado.

Além de seus atributos naturais, o atrativo também oferece opções de gastronomia, compras, um observatório com visão 360º, um centro histórico, quadras esportivas, churrasqueiras e um passeio de trenzinho na Estação Sonho Vivo, que funciona há 30 anos.

Para celebrar o aniversário, o empreendimento, que passou a ser administrado pela iniciativa privada em dezembro do ano passado, prepara uma série de atividades para o público com ações especiais em alusão à data que devem acontecer ao longo de todo o ano.

História

A história do Parque do Caracol tem início em 1867, com a chegada da família alemã Wasem na região da Cascata, inicialmente denominada como “fundos do faxinal”, onde a cascata é inicialmente intitulada como “Cascata Wasem”.

A partir de 1900 já era possível observar o desenvolvimento do Caracol, pois começaram a surgir os primeiros hotéis, casas de veraneio e pequenos comércios.

Outro ponto importante foi a implantação da Companhia Florestal em 1913, para extração da madeira no Caracol, onde foram implantadas cinco serrarias que iam abrindo estradas que ligavam a região do Caracol a outras localidades.

Com o crescimento populacional no entorno, em 1917 foi fundada a primeira escola, chamada Escola Isolada do Caracol para alfabetização de crianças e adultos.

No período em que as terras eram administradas pelo herdeiro da família, Pedro Nunes percebeu que as terras naturais do Caracol seriam um atrativo turístico buscado como destino de viagens no Sul, e construiu, em 1938, uma represa e um moinho para geração de energia elétrica e fornecimento de farinha para a alimentação local no Arroio do Caracol.

Centro Histórico Ambiental do Parque do Caracol

Centro Histórico Ambiental do Parque do Caracol - Repodução site do Parque

Outra construção feita no período da administração de Pedro Nunes é a casa onde funciona o Centro Histórico e Ambiental do Parque do Caracol.

Em 1954, o governo gaúcho declarou que as terras cobertas pelo Parque do Caracol eram de utilidade pública. Em 1968, as terras são transferidas para o Posto de Turismo do Estado de Canela e, em 1º de agosto de 1973, o Parque é inaugurado como Parque Estadual do Caracol.

A partir daí, visitantes atraídos pelas belezas naturais do local, principalmente a mata nativa, água limpa, cascatas, temperatura amena, mirantes e cânions, começaram a criar roteiros turísticos pelo local, que hoje consagram o Parque do Caracol e a cidade de Canela como parada obrigatória para quem visita a Serra Gaúcha.

Um presente da natureza

Com uma área de 25 hectares em meio a uma floresta de araucárias, o Parque do Caracol exerce papel fundamental na preservação e conservação de espécies da fauna e da flora da região.

Animais como bugio, cutia e quati podem ser observados vivendo livremente e são atração entre os turistas. Esses mamíferos e outros animais que habitam a região possuem importante contribuição no ecossistema em que o parque está inserido.

“É uma área extremamente relevante pela preservação e pela conexão do parque com outras áreas, o que chamamos de ‘corredores ecológicos’. Do ponto de vista ambiental e biológico, o Parque do Caracol faz essa manutenção da biodiversidade sem empecilhos geográficos, colaborando na manutenção da fauna e da nossa vegetação nativa”, explica o biólogo João Pedro Travi.

Além da importância ambiental para as espécies, o parque também acaba exercendo um papel social importante na conscientização dos visitantes. “Nem sempre uma área preservada educa pessoas, mas no Parque do Caracol as pessoas podem usufruir disso de uma maneira sustentável, vendo na prática, o que agrega grande valor à sociedade”, complementa.

Pedro Travi tem propriedade para falar do assunto. Canelense, ele seguiu os passos do pai, Vitor Hugo Travi, fundador do Projeto de Educação Ambiental Loboguará que nasceu dentro do parque em 1992, sendo um marco importante na luta pela conservação ambiental da área.

“O objetivo dos meus pais quando criaram o projeto era transformar o parque em um laboratório a céu aberto, onde as crianças pudessem receber os ensinamentos de sala de aula em um ambiente aberto. Isso acabou sendo expandido também para os turistas que passaram a receber informações de geografia, fauna, flora e dinâmica dos rios, se transformando em um centro de referência de educação ambiental dentro do Parque do Caracol”.

Hoje o projeto é coordenado por João Pedro e funciona de forma itinerante.

Concessão pública para nova administração

Depois de passar 49 anos nas mãos do poder público através do governo do estado e da prefeitura municipal, o Parque do Caracol ganhou nova administração em dezembro de 2022.

O Consórcio Novo Caracol e Tainhas, formado pelo Grupo Iter e pela Pianura Participações, venceu a concorrência pública e assumiu a gestão do atrativo.

Para além dos atrativos naturais da atração, a atual administração também aposta na ampliação de experiências do visitante dentro do parque. Novidades como música ao vivo diariamente e cesta de piquenique vêm sendo implementadas neste sentido.

Parque do Caracol

Endereço: Rodovia RS 466, km 0, s/n - Caracol, Canela - RS, 95680-000

Funcionamento: Todos os dias, das 9h às 17h30 (última entrada até 17h)

Ingressos: Adulto R$ 75

Isenção:

  • Pessoas nascidas ou moradoras de Canela mediante documentação comprobatório
  • Cadeirantes - Guias de turismo inscritos na Cadastur -- Crianças até 5 anos

Meia-entrada (R$ 37):

  • Pessoas nascidas ou moradoras de Gramado mediante documentação comprobatória
  • Pessoas acima de 60 anos, mediante a apresentação de documento oficial com foto, conforme artigo 23 da lei 10.741/2003.
  • Crianças (de 6 a 11 anos), mediante a apresentação de documento oficial com foto;
  • Estudantes, mediante a apresentação de carteira de estudante, conforme 2º do art. 1º da Lei nº12.933, de 2013;
  • PcD e Acompanhante, mediante a apresentação de laudo médico e/ou documento oficial com foto. Estacionamento: R$ 30

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