Vaticano reconhece erros sobre os indígenas

Não é só no Brasil que os povos originários vão retomando seu devido lugar de valor e de respeito. No final do mês de março de 2023, o próprio Vaticano reconheceu em um comunicado público de seus departamentos de Cultura e Desenvolvimento Humano que a "doutrina da descoberta" da África e das Américas "não faz parte do ensinamento da Igreja Católica".

Segundo o comunicado, documentos papais do século 15 foram usados por potências coloniais para dar legitimidade a suas ações, que incluíam a submissão e a escravidão dos povos destes continentes. Entre os documentos, são citadas as bulas papais (documentos com força de lei) de 1452, de 1455 e de 1493.

Conforme o novo posicionamento do Vaticano, estas bulas deram cobertura política às conquistas espanholas e portuguesas na África e nas Américas e "não refletiam adequadamente a igual dignidade e direitos dos povos indígenas".

Sob o mandato do Papa Francisco, o primeiro pontífice das Américas, a igreja católica vem pedindo perdão aos povos indígenas pelos (graves) erros do passado. Em 2021, o Papa viajou pessoalmente ao Canadá para se desculpar com o povo Inuit, após a descoberta de cemitérios clandestinos de crianças indígenas junto a seminários e igrejas.

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