“Perdoar não é para fracos!”

Era noite, em 1216, e Francisco rezava na pequena igreja de Porciúncula, na Itália, pedindo a Deus que todos aqueles que visitassem o local e estivessem arrependidos, pudessem obter o perdão amplo e generoso de suas culpas.

O pedido daquele que se tornaria um dos mais importantes santos da igreja católica -São Francisco de Assis - se tornou um ritual celebrado todos os anos até hoje naquele local, hoje com o nome de Basílica Santa Maria dos Anjos, e em todas as igrejas franciscanas do mundo nos dias 1 e 2 de agosto.

Mas, como ensina a oração -“Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos têm ofendido”-, para pedir perdão é preciso, entre outras coisas, também saber perdoar.

E, todos sabemos que, muitas vezes, não é fácil perdoar. E ainda assim é necessário.

Guardar rancor ou ressentimento paralisa partes de nossas vidas e pode somatizar-se em nosso corpo na forma de doenças graves.

O perdão é um exercício de generosidade consigo mesmo e/ou com o outro, mas principalmente, é um ato de libertação, tanto para quem o recebe quanto para quem o dá.

Sob a perspectiva de algumas terapias, a intenção de perdoar ganha um novo olhar

Para a psicoterapeuta em Constelações Familiares, Eliana Borelli, antes de perdoarmos podemos ter compaixão por nós mesmos, pelo outro e identificar onde o fato começou e desencadeou muitas vezes um ressentimento para outras gerações. “Pode ser arrogante dizer eu te perdoo se com isto eu me sinto maior do que o outro.

Quando recebo um perdão, sem sentir qual minha parte que contribuiu com a ação dessa pessoa, também não ajuda”, pontua a consteladora.

A psicoterapeuta do Campo do Pensamento, Angela Schmidt, utiliza o ho’oponopono da Nova Era, que elimina o “Eu sinto muito” e o “Me perdoe”. Em seu lugar coloca o “Eu aceito”.

“Fez muito sentido dizer: Eu aceito, Eu te amo, Sou grata! O velho paradigma te coloca como vítima ou culpado de alguma situação. Na nova energia não existe mais frequência de vitimismo, de perdão, de precisar do outro para se sentir liberado. Estamos agora sendo convidados a ser 100% responsáveis por tudo que nos acontece, seja de bom ou de ruim. Se olharmos por esse viés, tudo mudará no mundo”, explica Ângela.

Para ampliar os olhares sobre a questão do “PERDÃO”, o Nosso Bem Estar foi ouvir os ensinamentos de alguns grandes mestres. Aproveite a leitura e as reflexões. Não deixe de praticar a meditação do amor. Este mesmo amor que, como já dissemos por aqui, “move o sol e outras estrelas”.

Libertar-se do ressentimento

Muitos de nós carregamos rancor por anos e anos. Sentimo-nos hipócritas por causa do que outros nos fizeram. Eu chamo isso de estar preso na prisão do ressentimento hipócrita.

Conseguimos estar certos. Nunca conseguimos ser felizes.

Eu posso ouvir você dizer: “mas você não sabe o que eles fizeram comigo; é imperdoável".

Não estar disposto a perdoar é uma coisa terrível de se fazer a si mesma(o).

Amargura é como engolir uma colher de chá de veneno todos os dias. Ela acumula e nos prejudica.

Louise Hay – Autora do best seller Você pode curar a sua vida

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Revelar a divindade

Só o amor pode revelar a divindade latente em você. O amor é Deus. O amor é ausência de ego. O egoísmo é a ausência de amor. O amor vive de dar e perdoar. O ego vive de tomar e esquecer. ...

Nunca dêem abrigo às diferenças de opinião, nem sequer a assuntos triviais. Se surgirem diferenças, cada um deve estar disposto a perdoar o outro. Todos são filhos de Deus, todos são irmãos e irmãs. Compreendam essa verdade e se conduzam de acordo.

Sathya Sai Baba – líder espiritual indiano

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Praticar o perdão contínuo

No comportamento divino, a justiça é permeada pela misericórdia, enquanto o comportamento humano se limita à justiça.

Jesus exorta-nos a abrirmo-nos com coragem ao poder do perdão, porque nem tudo na vida se resolve com a justiça.

Perdoar não é algo só de momento, é uma coisa contínua contra esse rancor, esse ódio que volta. ...

Precisamos compreender plenamente o sentido daquela frase que recitamos na oração do Pai-Nosso: «Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido»:

Essas palavras contêm uma verdade decisiva. Não podemos pretender o perdão de Deus para nós se, por sua vez, não concedermos perdão ao nosso próximo.

Se não nos esforçarmos para perdoar e amar, tampouco nós seremos perdoados e amados.

Papa Francisco – Líder da igreja católica

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Atitude Corajosa

Perdoar não é para fracos!

Perdoar é o valor dos corajosos. Só aqueles que são muito fortes para perdoar uma ofensa, sabem realmente amar.

Mahatma Gahdi - Político indiano, que se tornou um símbolo dos movimentos pacifistas do século 20.

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Aprender a aceitar

O perdão é uma virtude facilmente mal compreendida. Para começar, perdoar não é o mesmo que esquecer. É necessária a aceitação de que o que está feito está feito.

Tanto no nível individual quanto da sociedade como um todo, é importante reconhecer que o passado está além do nosso controle.

O modo como reagimos aos atos passados que nos trouxeram mágoas, no entanto, não está.”

Dalai Lama - Mestre máximo do Budismo tibetano. Prêmio Nobel da Paz em 1989.

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Faz bem à saúde

Quando somos violentos e intempestivos, nossa pressão arterial aumenta.

Quando perdoamos, nossa pressão arterial baixa e sentimos um bem-estar físico, que é reflexo de nosso bem-estar espiritual. Podemos dizer que perdoar faz bem à saúde.

Desmond Tutu - Prêmio Nobel da Paz em 1984.

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Perdoar é reinicio

O perdão não é um ato ocasional, é uma atitude constante.

O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício.

Martin Luther King - Pastor Batista e ativista político. Prêmio Nobel em 1964.

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Ato de vontade e lucidez

Perdoar não é esquecer, o que muitas vezes significa não querer olhar de frente a realidade.

Perdoar não é mostrar fraqueza, ou seja, fechar os olhos diante de uma atitude injusta, com medo do outro que a cometeu, por ser ele mais forte.

O perdão não consiste em considerar sem importância aquilo que é grave, ou dizer que é bom aquilo que é mau. O perdão não é indiferença.

O perdão é um ato de vontade e de lucidez, portanto de liberdade, que consiste em acolher o irmão tal como ele é, apesar do mal que praticou contra nós, do mesmo modo que Deus acolhe a nós, pecadores, apesar dos nossos defeitos.

Chiara Lubich - Líder do Movimento dos Focolares que agrega pessoas de várias religiões para promover a fraternidade universal.

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Meditação para perdoar