Compartilhar é econômico e ecológico

A economia colaborativa é uma tendência que chegou para ficar. São várias formas de compartilhar, mas o Banco de Tempo é, sem dúvida, a mais genial

Redação NBE

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27/04/2024
Compartilhar é econômico e ecológico Adobe Stock/NBE

6 min de leitura

Uma das grandes lições da pandemia – para quem quis aprender, é claro – é sobre a importância de reduzir o consumo e cada vez mais compartilhar. Ainda que seja pouco

A economia colaborativa tem como sustentação três pilares fundamentais: o social, que engloba o senso do crescimento desenfreado das relações de consumo e da população, o que leva a uma consciência sustentável; o econômico, que proporciona uma otimização financeira; e o tecnológico, que, por sua vez, abre o caminho para que esse novo formato se torne, cada vez mais, uma realidade.

A economia colaborativa é uma tendência mundial e suas ações e iniciativas, por vezes simples, podem mudar a forma como as relações pessoais e comerciais são estabelecidas.

Acompanhe algumas iniciativas que já estão em curso:

Espaços compartilhados

Os escritórios/espaços compartilhados, também conhecidos como coworkings, vêm ganhando força e mudado a forma como o mercado se comporta.

É claro que, para grandes empresas, ter o seu próprio espaço de funcionamento faz parte de uma estratégia de mercado, mas quando falamos em pequenos e médios negócios, esse novo formato agrada ao bolso e, é claro, à sustentabilidade das atividades.

Isso porque, o investimento em aluguel e demais contas fixas e variáveis de um escritório próprio podem inviabilizar as operações de muitos negócios. Por isso, os coworkings são a solução ideal e concentram empreendedores que buscam o mesmo objetivo: crescer de forma sustentável e, é claro, compartilhando (o espaço, as despesas, as experiências e, por que não, os clientes?).

Compartilhamento de carros

Se a ideia é não comprar um veículo, é preciso adotar soluções para atender às necessidades de locomoção. A ideia de compartilhamento de carros não é novidade e vem ganhando cada vez mais adeptos, inclusive, no Brasil.

A iniciativa vai além do conceito de uberização e pode ter diversos formatos: desde aqueles que propõem o aluguel por diária até a divisão de assentos de um mesmo veículo, de acordo com a rota de cada pessoa.

Além de ser consideravelmente mais barato do que ter um carro próprio, este formato é mais sustentável para o Planeta, já que diminui a quantidade de veículos nas ruas, e, consequentemente, a emissão de gases poluentes.

Hospedagem em troca de trabalho

Nunca houve tantas alternativas para tornar possível uma viagem dos sonhos. E não estamos dos famosos “mochilões” por diversos países a custos reduzidos.

A ideia, agora, é viajar, sim, mas não precisar pagar pela hospedagem – pelo menos, não financeiramente. Serviço por hospedagem é a nova relação comercial que vem se estabelecendo em todo o mundo e foi criada com base nas antigas práticas de escambo, na qual quem tem algo a oferecer troca a sua oferta pela de outra pessoa.

A ideia é simples. Você oferece seus serviços, que podem ser de limpeza, cozinha, barman, atendimento, entre outros, enquanto usa a estrutura do estabelecimento para se hospedar. Além de ser uma maneira de economizar durante a viagem, essa iniciativa proporciona experiências que, de outra forma, não seriam vividas.

Tanto é que uma das plataformas que oferecem esse intercâmbio entre oferta e procura, a Wordpackers, resume a proposta no seu slogan “Experiências de viagem que o dinheiro não pode comprar”.

Brechó

Brechós e aluguel de roupa

Há tempos atrás ouvi o relato divertido de uma protetora de animais, cuja entidade promove mensalmente um brechó para arrecadar fundos para a causa animal.

- Eu tinha um casamento pra ir e precisava de um sapato novo. Comprei um sapato lindo no brechó, bem baratinho. Depois da festa doei o sapato de volta para o brechó para outra pessoa poder fazer o mesmo.

Também existem diversos sites que oferecem uma verdadeira vitrine de opções para quem está em busca de roupas para alugar e, também, para quem investiu em uma peça especial que está esquecida no armário, mas não sabe o que fazer com ela.

Mas não são só os negócios de aluguel de roupas de festa que representam o consumo colaborativo da moda. Existem outras iniciativas que também usam o mesmo modelo de negócio, porém para roupas do dia a dia.

Funcionam assim: quem tem roupas para disponibilizar pode deixá-las nessas lojas, e, quem precisa dar uma repaginada no guarda-roupa passa para alugar algumas peças por dias ou semanas. Simples, prático, sem desperdício e, claro, divertido.

Compartilhamento de livros

A ideia é ir além do próprio círculo de relações. A iniciativa promovida por entidades distribui verdadeiras bibliotecas em pontos estratégicos da cidade.

Ali você pode pegar um livro, de forma gratuita e deixar outro, incentivando não só o consumo compartilhado, como a própria leitura.

Banco de tempo

De todas as formas de compartilhamento, o Banco de Tempo é a mais genial. Afinal, hoje em dia, o tempo é um dos ativos mais valiosos na rotina, e doá-lo é uma verdadeira prova de colaborativismo. Saiba como pode funcionar:

Banco de Tempo é um sistema de organização de trocas solidárias que promove o encontro entre a oferta e a procura de serviços disponibilizados pelos seus membros. No Banco de Tempo troca-se tempo por tempo; todas as horas têm o mesmo valor e quem participa compromete-se a dar e a receber tempo.

Na prática, funciona deste modo: quando um membro do Banco de Tempo precisa de um serviço, contata a sua agência, que procura um outro membro que o possa realizar. Feito o serviço, quem o solicitou passa um cheque de tempo. O membro que prestou o serviço deposita o cheque, que é creditado na sua conta, e poderá obter serviços disponibilizados por qualquer outro membro.

Princípios:

  • Troca-se tempo por tempo: a unidade de valor e de troca é a hora;
  • Todas as horas têm o mesmo valor: não há serviços mais valiosos do que outros;
  • Há obrigatoriedade de intercâmbio: todos os membros têm que dar e receber tempo;
  • A troca não é direta: o tempo prestado por um membro é-lhe retribuído por qualquer outro membro;
  • A troca assenta na boa vontade e na lógica das relações de “boa vizinhança”: os serviços prestados correspondem a atividades que se realizam com gosto e, para as realizar, não podem exigir-se aos membros certificados ou habilitações profissionais.

Objetivos do Banco de Tempo:

  • Apoiar a família e a conciliação entre vida profissional e familiar, através da oferta de soluções práticas de organização da vida cotidiana;
  • Reforçar as redes sociais de apoio, diminuir a solidão e promover o sentido de comunidade e de vizinhança;
  • Promover a colaboração entre pessoas de diferentes gerações e origens;
  • Contribuir para a construção de uma cultura de solidariedade e para o estabelecimento de relações sociais mais humanas e igualitárias;
  • Valorizar o tempo e o cuidado dos outros;
  • Estimular os talentos e promover o reconhecimento das capacidades de cada um/a;

E aí? Se animou? Pesquise se sua cidade possui Banco de Tempo. Muitos lugares já viveram essa experiência. Quem sabe você cria ou revive um Banco de Tempo?

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