Excesso de telas afeta saúde mental dos idosos

Muito se tem falado e estudado sobre a consequência do excesso de telas nas crianças e adolescentes, mas uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) concluiu que esse tipo de vício está relacionado também a uma piora na saúde mental dos 60+.

Os resultados da pesquisa mostraram, de forma inesperada, a presença da nomofobia (medo de ficar longe do celular) em idosos.

Uma possível explicação dessa relação é o aumento do tempo em frente às telas no dia a dia, após a pandemia de covid-19. As telas são, cada vez mais, utilizadas para trabalho, entretenimento e estudo. A nova realidade coloca os idosos mais suscetíveis a riscos, à dependência digital e a perdas no convívio social.

Uma outra pesquisa realizada pela Nielsen, uma empresa americana de estudos e pesquisas de mercado e análise de dados, revela que os idosos norte-americanos são mais dependentes de telas do que os jovens e passam muitas horas em frente a elas.

“Pesquisadores de ambas as instituições entram em acordo quando mostram que os sintomas mais comuns desse uso sem cautela causam estresse, depressão e ansiedade”, reforça o presidente do Cebap (Centro de Estudo dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas) Edmar Policarpo Junior.

Alguns dos principais efeitos negativos do excesso digital:

• Isolamento Social: O uso excessivo de celulares pode levar os idosos a se isolarem do convívio social real. O tempo que passam online muitas vezes substitui as interações face a face, resultando em sentimentos de solidão e depressão.
• Dificuldades Cognitivas: O constante uso de dispositivos digitais pode afetar a capacidade cognitiva dos idosos, levando a problemas de memória e concentração. Isso pode ser agravado pela exposição a notícias falsas ou informações incorretas.
• Riscos à Segurança: A falta de compreensão das ameaças online pode tornar os idosos alvos fáceis para fraudes e golpes. Eles podem compartilhar informações pessoais sensíveis ou serem enganados por golpistas que se aproveitam de sua falta de experiência digital.
• Problemas de Saúde Física: O uso excessivo de dispositivos móveis muitas vezes leva a problemas de saúde física, como dores no pescoço, nas costas e nos olhos, devido à má postura e à exposição prolongada às telas.
• Desconexão das Atividades do dia-a-dia: Muitos idosos acabam negligenciando tarefas essenciais, como preparar refeições, tomar medicamentos ou manter uma rotina saudável, devido à distração causada pelos dispositivos digitais.

Equilíbrio

O equilíbrio entre os pilares: alimentação, exercícios físicos, sono de qualidade, estudo e socialização é fundamental para se manter a qualidade de vida. O uso do celular ou do computador é saudável, desde que não absorva as outras faces da vida.

É importante que a família fique atenta, perceba até que ponto seus idosos estão usando o celular de modo funcional ou quando já ultrapassou o limite de tempo e o uso tornou-se um vício. Além disto, é fundamental incentivar um equilíbrio saudável entre o mundo digital e o real, estimulando a participação em atividades sociais, físicas e mentais que promovam o bem-estar dos idosos.