Árvores, sempre elas
Árvores são casa, abrigo, alimento, amizade e futuro - o desflorestamento e uma campanha para ajudar a salvar

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Quando os Homo sapiens surgiram na África, há cerca de 200 mil anos, as árvores já estavam lá. Como boas amigas, nos acompanham até os dias atuais fornecendo frutos, sementes, sombra, lenha para o fogo, base para a sustentação do solo, estabilização da paisagem, beleza e sendo o abrigo para uma imensa biodiversidade de animais, plantas e fungos.
São elas que purificam o ar que respiramos por meio do sequestro de gases poluentes responsáveis, inclusive, pelo aquecimento global. As árvores contribuem para reduzir o impacto dos ventos e a força das gotas de chuva no solo. Suas raízes ajudam a conter a erosão e abastecem os lençóis freáticos.
Dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) indicam que até 40 toneladas de dióxido de carbono podem ser removidas por ano por hectare reflorestado, durante os primeiros 20 anos de crescimento das árvores.
Nos ambientes urbanos, áreas arborizadas podem apresentar temperaturas de até menos 12°C quando comparadas com áreas não arborizadas, segundo estudo publicado na revista Nature Communications.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA indica que a água evaporada pelas árvores da floresta Amazônica pode ter a mesma ordem de grandeza que a vazão do rio Amazonas. Esta evaporação influencia todo o clima da América do Sul, a agricultura, e o regime das chuvas, como as que ocorrem no Rio Grande do Sul.
Reprodução Instagram Instituto Ziraldo
Paradoxos
Desflorestamentos e incêndios catastróficos atingiram 6,7 milhões de hectares em todo o mundo, em 2024, de acordo com a plataforma Global Forest Watch (GFW).
A capital gaúcha já foi considerada uma das cidades mais arborizadas do Brasil. Dados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), obtidos pelo site Matinal, apontam que entre 2023 e 2024, o meio urbano de Porto Alegre perdeu 12.038 árvores, por conta da especulação imobiliária.
No mesmo período, somente 6.205 mudas foram plantadas como compensação. Somam-se a estas perdas as podas drásticas e em períodos inadequados, que estão comprometendo o patrimônio arborístico conquistado ao longo de décadas e gerações.
A mesma situação se repete em inúmeras cidades do interior.
Divulgação Prefeitura de Santa Tereza
Na área rural, as cheias de abril e maio de 2024 provocaram cerca de 15 mil deslizamentos no Rio Grande do Sul. É o maior número de movimentos de massa já registrado em um único evento climático no Brasil, conforme o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden. Um ano depois, as áreas que sofreram deslizamentos permanecem vulneráveis à chuva e à erosão até que a vegetação volte a cobri-las.
Hora de empreender uma grande iniciativa...
No RS somos cerca de 11 milhões de habitantes.
E se cada cidadão/cidadã plantasse ao menos uma árvore por ano...?
"Sozinha não posso mudar o mundo, mas posso lançar uma pedra sobre as águas e fazer muitas ondulações."