Relações afetivas na terceira idade
Estudos mostram que conexões humanas e propósito de vida são fatores decisivos para envelhecer bem
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O aumento da expectativa de vida é fato e, com ele, surge a busca por um envelhecimento mais saudável, com melhor qualidade de vida. Mas como alcançar esse objetivo? Qual o fator decisivo para que esses anos a mais de vida sejam plenos e cheios de vitalidade?
Um dos estudos mais antigos e relevantes sobre longevidade no país (Projeto Veranópolis, iniciado em 1994) vem sendo conduzido pelo Dr. Emílio Moriguchi - médico geriatra japonês naturalizado brasileiro. Suas pesquisas trouxeram novos conceitos sobre envelhecimento saudável.
“Para a gente envelhecer bem, tem que viver junto com outras pessoas", declara o médico, cujas pesquisas evidenciam que a integração social é o principal fator de impacto para a longevidade. “Não fumar, fazer as vacinas, fazer exercícios físicos, controlar a hipertensão, etc, são fatores importantes. Contudo, o que têm o maior impacto são os bons relacionamentos", enfatiza. E acrescenta: “as conexões humanas e o propósito de vida (“Ikigai” em japonês) são os elementos fundamentais para uma longevidade com sucesso e felicidade. Ninguém envelhece bem sem boas companhias e um propósito firme de vida”.

Exemplo a ser seguido
Um bom exemplo dessa busca - e dos resultados que podem ser percebidos nitidamente - é o de Selma Schiedeck, 81 anos. Moradora de Garibaldi, ela se mantém ativa, cercada de amigos e sempre com uma boa risada pronta para contagiar quem está por perto.
Questionada sobre o assunto, ela afirma: “Não consigo imaginar minha vida sem pessoas próximas. O convívio social é fundamental para manter a mente e o corpo ativos. Quando conversamos com alguém, estamos estabelecendo relações e estimulando o cérebro. Hoje eu afirmo que minha felicidade e agilidade vêm, não só dos exercícios físicos, mas principalmente, da convivência com outras pessoas”.

Para Selma, os grupos com os quais ela se relaciona são fundamentais para uma rotina mais plena e feliz. E reforça essa visão: “Todos temos dificuldades. Também tenho, mas não vou deixar de fazer o que gosto, vou continuar até quando eu puder, porque não dá para se isolar. O isolamento entristece, trava a inteligência, o raciocínio e as pernas. Precisamos uns dos outros para trocar ideias, avançar e ter afetos”.




