O presépio faz 800 anos: conheça a história e seu criador

Já havia passado 13 séculos desde o nascimento de Jesus quando um frade católico decidiu recriar a cena para lembrar aos camponeses sobre a história do menino que marcou para sempre a vida da humanidade.

O primeiro presépio

Durante uma viagem dele a Greccio, na Itália, São Francisco criou dentro de uma gruta o primeiro presépio da história do Cristianismo na véspera da noite de Natal de 1223. Para um povo que nem sabia ler ou escrever, São Francisco realizou uma encenação teatralizada do nascimento de Jesus. O presépio incluía uma manjedoura, acima da qual foi improvisado um altar e naquele cenário São Francisco celebrou a missa de meia-noite.

O local do primeiro presépio é destino de peregrinações e devoções. A tradição de criar presépios se mantém até os dias de hoje e sua representação se manifesta de formas diferentes, conforme a cultura de cada povo.

Para comemorar os 800 anos da criação do Presépio, o Museu dos Capuchinhos do RS, em Caxias do Sul, apresenta até 20 de abril de 2024 a exposição “Paz e Bem: do presépio de São Francisco aos nossos presépios” com modelos de diferentes países. Também em Gramado a mostra “Presépios 1223/2023 - 800 anos de história”, no Centro Municipal de Cultura Arno Michaelsen, reúne artistas locais, artesãos e colecionadores gramadenses, que irão expor inúmeros presépios em diferentes técnicas.

Lições de Ecologia

O frade que pregava a pobreza e lutava contra o materialismo deixou lições sobre o amor por todos os seres, incluindo animais e natureza, que séculos mais tarde ainda precisam ser aprendidas e praticadas, especialmente neste momento em que a humanidade coloca em risco a sua própria sobrevivência pela falta de cuidados com a nossa casa comum, a Mãe Terra, Pachamama.

O Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis é um louvor a Deus por todas as Suas criaturas. Uma verdadeira lição de Ecologia.

“Louvado sejas, ó meu Senhor, com todas as tuas criaturas,

especialmente, o meu senhor, irmão Sol,

o qual faz o dia e por ele nos alumias.

E ele é belo e radiante, com grande esplendor:

de ti, Altíssimo, nos dá ele a imagem.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Lua e as Estrelas:

no céu as acendeste, claras, e preciosas e belas.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Vento

e pelo Ar, e Nuvens, e Sereno, e todo o tempo,

por quem dás às tuas criaturas o sustento.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Água,

que é tão útil e humilde, e preciosa e casta.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Fogo,

pelo qual alumias a noite:

e ele é belo, e jucundo, e robusto e forte.

Louvado sejas, ó meu Senhor, pela nossa irmã a mãe Terra,

que nos sustenta e governa, e produz variados frutos,

com flores coloridas, e verduras.

Louvado sejas, ó meu Senhor, por aqueles que perdoam por teu amor

e suportam enfermidades e tribulações.

Bem-aventurados aqueles que as suportam em paz,

pois por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, ó meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal,

à qual nenhum homem vivente pode escapar:

Ai daqueles que morrem em pecado mortal!

Bem-aventurados aqueles que cumpriram a tua santíssima vontade,

porque a segunda morte não lhes fará mal.

Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-lhe graças

e servi-o com grande humildade.”