Escola precisa promover a alimentação saudável
Obesidade em jovens é resultado de má dieta

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Que tipo de alimento há na lancheira, na merenda, na cantina, no refeitório e do lado de fora da escola?
O alerta do Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – vem para lembrar pais e comunidade em geral que a “alimentação saudável não é uma escolha, é um direito! E o comportamento alimentar de crianças e adolescentes é construído de acordo com o ambiente alimentar em que estão”.
Conforme os dados do Idec, em 2019, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) do Ministério da Saúde identificou que 7% das crianças menores de 5 anos e 13,25% das crianças de 5 a 9 anos foram diagnosticadas com obesidade.
Esse é o relatório público mais recente, mas entidades públicas apontam para um crescimento desses números.
Escolhas alimentares começam na escola
Segundo dados do Idec, os alimentos ofertados na escola têm forte impacto nas escolhas alimentares dos estudantes. Estudos apontam uma clara associação entre o excesso de peso de crianças e adolescentes com a comercialização de alimentos não saudáveis nas cantinas e locais próximos das escolas. Segundo pesquisas, em 2019, os salgados assados e os refrigerantes respondiam por 88,6% e 50,8% das vendas nas cantinas escolares. No entorno das escolas, os refrigerantes respondiam por 75% e os salgadinhos industrializados por 68,3% das vendas aos estudantes.
O consumo de produtos ultraprocessados na infância pode desencadear uma série de problemas de saúde: diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, apneia do sono, baixa autoestima, distúrbios alimentares, depressão, entre outros fatores.
O ano letivo de 2023 está começando e é uma boa oportunidade para ficarmos de olho se as escolas estão garantindo um ambiente alimentar saudável e sustentável para nossos estudantes e se as escolas públicas estão cumprindo as premissas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Direito garantido em lei
Tudo começa por: que tipo de alimento está sendo servido aos alunos? Segundo o PNAE, as refeições servidas devem ser saudáveis, privilegiando alimentos in natura e minimamente processados.
A alimentação saudável deve fazer parte do processo de ensino nas disciplinas e aprendizagem dos alunos. O PNAE também assegura por lei que pelo menos 30% dos recursos para a aquisição de alimentos para a produção da alimentação escolar venha da agricultura familiar, de preferência da reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas. Se o PNAE não estiver sendo cumprido adequadamente estas determinações, é possível encaminhar uma denúncia para o Observatório da Alimentação Escolar (ÓAÊ)
E apesar de a lei do PNAE ser voltada para escolas públicas, as diretrizes podem ser seguidas e inspirar escolas particulares porque tratam de como proteger a alimentação de crianças e adolescentes.
As escolas privadas devem se basear no Guia Alimentar para a População Brasileira para definir quais alimentos servir aos seus estudantes.
Fonte: Idec
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