Catadores da capital gaúcha se organizam por maior valorização
Trabalho dos catadores oferece ganhos ambientais para a cidade e se reflete na pegada de carbono
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Em tempos de emergência climática é sempre bom lembrar e valorizar o trabalho dos catadores, que, ao promoverem a reciclagem, reintroduzem esses materiais nas cadeias produtivas e, assim, evitam a produção de mais gases responsáveis pelo aquecimento global.
As contribuições ecológicas dos catadores não param aí. A Coleta Seletiva em Porto Alegre desvia dos aterros sanitários cerca de 1.586 toneladas de resíduos recicláveis por mês (DMLU 2022). O trabalho destes profissionais contribui para a redução dos impactos ambientais como: ocupação de solo gerados pela operação dos aterros, poluição de arroios, rios e mares; poluição do ar.
Manter um aterro sanitário implica em altos custos.
Coleta Seletiva em Porto Alegre
Porto Alegre tem uma longa história na coleta seletiva, mas até hoje este não é um segmento devidamente valorizado. A capital gaúcha foi uma das cidades pioneiras na implementação da Coleta Seletiva no Brasil, iniciando suas atividades em 7 de julho de 1990.
Atualmente, o serviço cobre 100% das ruas que comportam a entrada de caminhões, pelo menos, duas vezes por semana. No Centro Histórico e nos bairros atendidos pela Coleta Automatizada, ocorre três vezes por semana.
O serviço de coleta dos materiais recicláveis em Porto Alegre é executado em duas etapas. A primeira é a coleta, realizada pela cooperativa COOTRAVIPA, e a segunda, o recebimento e triagem dos resíduos recicláveis, realizado por 17 Unidades de Triagem (UTs) conveniadas com o DMLU.
A participação das UTs acaba gerando trabalho e renda para mais de 500 famílias, além de beneficiar a qualidade de vida do ambiente e da população. Além das 17 UTs, existe a Cooperativa Paulo Freire, que também coleta e tria resíduos eletroeletrônicos.
Estas informações acima constam na petição que a Campanha Coleta Seletiva Viva Poa está encaminhando junto à Prefeitura Municipal de Porto Alegre por melhores condições de trabalho e termos de serviços para as 17 UTs de catadores e catadoras.
Para tanto, organizou uma campanha de assinaturas de apoio junto à população explicando que ações que envolvem a coleta seletiva e o trabalho realizado pelas Unidades de Triagem são serviços essenciais para a cidade e precisam ser priorizados pela sua importância.
Na petição, a Campanha Coleta Seletiva Viva Poa especifica as seguintes demandas:
- pagamento adequado pelo contrato de serviços prestados, considerando que o contrato atual firmado não cobre os custos fixos das Unidades de Triagem;
- melhorias e investimentos na infraestrutura das unidades, considerando as dificuldades de operação e que a maioria das unidades são do município;
- valorização e protagonismo dos catadores e catadoras de materiais recicláveis pelo importante serviço prestado pelas Unidades de Triagem de Porto Alegre e economia gerada ao município pelo desvio dos resíduos recicláveis dos aterros sanitários.
A petição também é apoiada pelas seguintes empresas e organizações : Virada Sustentável Porto Alegre; Núcleo de Caracterização de Materiais – UNISINOS; Ong Toda Vida; Poa Inquieta; Movimento Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis -MNRC; Frente Parlamentar das Catadoras e Catadores do RS – FRECATA; Pimp My Carroça; Cataki; Canoas Recicla com a Gente.
Qualquer cidadão também pode ser apoiador desta petição dos catadores assinando AQUI.