A vida sagrada em você

Psicologia arquetípica ajuda a entender a alma feminina

Rosemari Johan

Rosemari Johan

27/03/2023
 A vida sagrada em você AdobeStock/NBE

3 min de leitura

Você já se perguntou sobre o que é sagrado na sua vida? Já sentiu que muitas vezes é como se você estivesse sozinha, sem alguém para cuidar de você? Ou então, convive com muitas pessoas, cuida de todos e, mesmo assim, ninguém cuida de você?

Tenho para te dizer que cuidar de todos pode ser uma estratégia de sobrevivência que você desenvolveu desde muito pequena e que hoje não te serve mais.

É preciso mudar, ou então você vai continuar se sentindo sozinha, abusada muitas vezes e, pior, ninguém vai cuidar de você, pois a imagem que passa para os outros é de uma mulher forte que não precisa de ninguém.

Tudo isso vai gerando sentimentos de dor e baixa autoestima parecendo que você não é boa, nem bonita o suficiente. No trabalho pode sentir que não reconhecem sua dedicação e assim vai alimentando uma ideia de que é incompetente. Ou seja, acaba reforçando a todo o momento a crença de que ninguém te ama.

Quando você esquece de você para cuidar dos outros está se desvalorizando, violando a si mesma ou, usando uma expressão literal, “se desgraçando”.

No meu trabalho de décadas como psicoterapeuta percebo que as mulheres, no geral, não conhecem suas forças e nem suas fragilidades, que acabam confundidas com fraquezas.

Mulher Selvagem

Todas temos a nossa luz e também a nossa sombra. Sombra essa que se expressa nas nossas emoções, pensamentos e sentimentos negativos, que quanto mais rejeitados ou ignorados, mais forte se tornam.

É como se tentasse aprisionar seu dragão no porão da sua casa. Com o tempo ele vai ficando cada vez mais irritado e nervoso e faz muito barulho para ser solto. Na prática, isso resulta num cansaço e estresse com diversos sintomas. Um dos caminhos para curar essas dores é se conectar com nossa natureza selvagem e com as feridas do feminino.

De acordo com a psicologia arquetípica, assim como na tradição das contadoras de histórias, a mulher selvagem em nós é a alma feminina. A natureza selvagem não é de algumas mulheres somente, é de todas! Ela é força da vida-morte-vida; é a incubadora. É a intuição, a vidência, é a que escuta com atenção e tem coração leal. Ela é a natureza essencial das mulheres e todas têm isso em comum: a Mulher Selvagem com a alma selvagem.

A Mulher Selvagem como arquétipo é uma força inimitável e inefável que traz para a humanidade um abundante repertório de ideias, imagens e particularidades. O arquétipo existe por toda a parte e, no entanto, não é visível no sentido comum da palavra. O que pode ser visto dele no escuro não é visível à luz do dia.

A Mulher Selvagem é a saúde para todas as mulheres. Essa mulher não domesticada é o protótipo de mulher. Não importa a cultura, a época, a política, ela é sempre a mesma. Seus ciclos mudam, suas representações simbólicas mudam, mas na sua essência ela não muda. Ela é o que é e é um ser inteiro.

Quando uma mulher busca sua mulher selvagem, se aproxima da alma feminina e identifica sua natureza instintiva.

Os benefícios surgem de várias formas: nos torna mais inteiras, nos traz integridade, nos ajuda a delimitar território, a encontrar nossa tribo, ocupar nosso corpo com mais segurança, orgulho e respeito por nós mesmas, favorece o falar e agir em defesa própria, estar consciente e alerta, despertar com dignidade e manter o máximo de consciência possível, recorrer aos poderes da intuição e do pressentimento inato das mulheres, adequar-se aos próprios ciclos e descobrir aquilo a que pertencemos.

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Rosemari Johan

Rosemari Johan

Rosemari Johan é Psicóloga Transpessoal e Sistêmica Familiar, de Casal e Individual, Consteladora, Integrante do CIT - Colégio Internacional de Terapeutas, Participante do Movimento dos Guardiões do Amanhã por todas as nossas relações.

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