Bem-estar
10/08/2015 18h43
Na cama, não!
Mitos e verdades sobre a convivência com animais domésticos
Por Fernanda Bandeira
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Convivência em harmonia
Quem já não cansou de ouvir essa exclamação, especialmente dos pais? Bom, se ouviu já pode ser um bom sinal, o de que pelo menos você teve a experiência de ter um cãozinho ou um bichano andando pela casa. A verdade é que muitas crianças nunca a tiveram e algumas das razões seriam, por exemplo, higiene e ameaças à saúde da família. Mas será que o organismo dos nossos queridos animais de estimação apresenta tantos vilões assim à nossa saúde e à da nossa família?
Melhor amigo do homem
O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), responsável pela Radar Pet, realizou uma pesquisa em 2012 em sete capitais brasileiras e descobriu que, no Brasil, 55% dos cães dormem dentro de casa. Além disso, 23% têm o costume de dormir no quarto dos seus donos. E não são apenas os brasileiros que amam os animais como companhia. Nos lares americanos, 62% têm um pet, e a maioria das pessoas trata o seu animal de estimação como membro da família.
Higiene bucal
Enquanto nós precisamos escovar os dentes todos os dias pela manhã, antes de dormir e após cada refeição, impreterivelmente, o mesmo não acontece com nossos animais. Se o pet tiver os dentes escovados uma vez por semana, livre de tártaros, sua boca terá menos bactérias que a do ser humano. No entanto, um animal que tem predisposição a doenças dentárias, como a placa bacteriana e o tártaro, precisa ter os dentes escovados, sim, todos os dias. Mas, em geral, dentes limpinhos são uma segurança a mais para a família.
Imunidade
Outro fator de grande influência na possibilidade de donos e outros seres humanos que convivem com animais de estimação adquirirem problemas de saúde a partir desse contato direto é o sistema imunológico; é ele, muitas vezes, quem dita as regras, e a baixa imunidade pode transformar algo simples em uma situação alarmante.
A saliva de um animal infectado em uma pessoa saudável é capaz de promover tantos danos quanto a situação inversa, em que o infectado é o ser humano. Na realidade, há uma série de doenças que podem ser transmitidas do homem para o animal e vice-versa. Podemos usar como exemplo o mosquito-palha, que pica tanto humanos quanto animais, e pode com isso contaminar o indivíduo saudável.
Na condição de ser vivo que é suscetível a doenças e outros problemas de saúde, como o próprio ser humano, o animal, para o seu próprio bem e o da família com que convive, deve estar com as vacinas sempre em dia e precisa ir ao veterinário com frequência ou, pelo menos, quando apresentar qualquer sinal de que algo está errado, como uma mudança comportamental ou mesmo o aparecimento de algum machucado na pele.
Pressão alta
Em um estudo realizado em 2002, foram medidas diferenças entre a pressão sanguínea de pessoas que tinham cães ou gatos e a das que não tinham. Resultado: tutores de animais apareceram como menos propensos a pressão alta e problemas no coração.
Outra pesquisa com o mesmo foco revelou que a convivência com animais de estimação no mesmo quarto teve mais resultado para pessoas com problemas de pressão sanguínea do que o uso de determinado medicamento indicado para tratamento da doença observada em situações de estresse. Até mesmo o peixinho de aquário, com sua calma e tranquilidade, pode transmitir ao dono as melhores sensações, reduzindo suas tensões diárias e a ansiedade.
Colesterol
É lógico que quem briga com o colesterol deve se cuidar com medicamentos, atividades físicas e, também, com uma boa dieta. Mas muitos estudiosos acreditam que os cães e gatos podem ter tudo a ver com colesterol e triglicérides controlados. Eles, no entanto, não descartam a possibilidade de tal coincidência ter a ver com os hábitos do dono. Seja como for, de uma coisa temos certeza: o famoso passeio com o cachorro “obriga” o dono a sair do sedentarismo. Músculos, coração e peso saudáveis. Bom, não é?
Crianças e animais
Crianças são muito beneficiadas pelo convívio com cachorros, gatos, entre outros animaizinhos domésticos, sobretudo no que diz respeito a alergias em geral. Esse relacionamento constante permite que elas tenham menos chances de desenvolver alergias, tornando seu sistema imunológico mais forte. Mas, caso a criança seja alérgica a algum deles, o pediatra deve dar a orientação correta.
Na fase de crescimento, a criança precisa reagir a estímulos para se desenvolver, certo? Pois bem. O desenvolvimento motor, emocional e a personalidade dos pequenos podem ter uma grande colaboração dos pets. A convivência com os animais, as brincadeiras e o cuidado diários, torna-os confiantes, fazendo com que tenham seus primeiros contatos com a compaixão, o respeito e a responsabilidade.
Qualidade de vida
Você que tem um animal de estimação com certeza já passou – ou poderia passar – horas e horas contando aos amigos e conhecidos as aventuras do seu companheiro ou alguma história engraçada que viveu com ele. Dentre vários assuntos, esse é um dos campeões em uma conversa informal de barzinho, por exemplo. Você pode até não ter percebido ainda, mas os animais de estimação ajudam – e muito – na sua socialização.
Para os idosos, comprovadamente, os animais são uma companhia e tanto. Os gatos costumam ser mais tranquilos do que os cães e transmitem calma, além de se adaptarem ao programa do dono, seja ele assistir a TV ou ler um livro. Eles se acomodam e se fazem presentes, sendo muito carinhosos. Já os cães são a tradução da alegria, e o dono acaba se sentindo uma pessoa muito especial, pois é motivo de festa toda vez que chegar em casa.
Os bichos de estimação são companheiros dos seres humanos há milhares de anos. Milhões até, segundo historiadores. Essa longa parceria, e até certa cumplicidade, pode existir por muitas razões, mas a principal é o amor. Cuidando da saúde do seu pet, você terá um companheiro por muitos anos.
Fernanda Bandeira é jornalista.
Com colaborações de: Agência de Notícias de Direitos Animais – ANDA, National Center for Health Research, Royal Australian College of General Practitioners – RACGP.